MOSTRA E FESTIVAL PERMITEM TROCA DE CONHECIMENTOS ENTRE PROFISSIONAIS E ALUNOS

“É emocionante poder repassar os nossos conhecimentos e apresentar em um projeto que a mais de 20 anos ensina circo para às crianças, como é o caso do Circo da Alegria. Poder trocar informações com outros artistas e também com os alunos, ver a variedade de trabalhos de outros grupos, de várias cidades e estados diferentes, é muito gratificante”, afirmou o palhaço Marcos Camelo, que ao lado da bailarina Cecília Viegas apresenta “O nosso Grande Espetáculo”, da Adorável Companhia, do Rio de Janeiro. A dupla está com uma turnê no Paraná e aproveitou o roteiro para incluir uma apresentação nesta segunda-feira, 25, às 10h, no Circo da Alegria, fazendo parte da XI Mostra de Circo e IV Festival de Circo Social, aberto oficialmente na segunda-feira à noite. “É muito bom poder contribuir para o crescimento e a formação continuada dos profissionais e dos alunos. Quando estava me preparando, no teatro, sonhava em um dia viajar, percorrer o país em uma companhia. Estar aqui, apresentando-se para estas crianças, em uma escola pública, permite a elas vislumbrar a possibilidade de uma carreira, de um futuro nas artes”, reforçou ele.

Os dois divertiram as crianças que lotaram o picadeiro do Circo da Alegria com um espetáculo que mistura música, palhaços e acrobacias aéreas. Eles não são de famílias circenses, mas escolheram o circo como opção, aproveitando a formação dele no teatro e dela como bailarina profissional. Além dos diferentes palcos circenses, Marcos também atuou como palhaço em hospitais, levando um pouco da alegria aos pacientes que estão se tratando de uma doença. Neste trabalho teve a oportunidade de fazer algumas atividades no exterior, além de manter contato com artistas norte-americanos que desenvolvem um projeto baseado na metodologia do médico Path Adams, que auxilia no tratamento da doença através do humor. “Foi uma experiência muito rica, um contato com profissionais de outros países. No teatro, o artista trabalha para a plateia, no circo, assim como nos hospitais, o artista trabalha com a plateia, com o outro. Tive a oportunidade de trabalhar com artistas do mundo inteiro, numa experiência inusitada”

Bailarina clássica, formada por uma escola do Rio de Janeiro, Cecília Viegas, que atua como acrobata, levou para o circo a estética do balé clássico, os gestos, a delicadeza, a firmeza muscular. “O meu movimento acrobático é de uma bailarina clássica”, explica ela, ressaltando que também levou para o circo a disciplina e a rigidez do balé clássico, com a preparação prévia, o aquecimento, entre outras ações, visando uma preparação mais rigorosa e efetiva. Segundo ela, no circo pode mesclar os movimentos precisos e calculados do balé com a arte do palhaço, que trabalha com a improvisação.

“Antes era impossível pensar que entraria no palco sem saber o que fazer exatamente. Agora consigo aliar a certeza do balé e todos os passos calculados com a incerteza do palhaço, com troca direta de informações com a plateia. Faço algo novo e aprendo todo o dia em cena, diferente do balé que tem movimentos calculados, sempre idênticos, sem a possibilidade de alterações”.

Para ela, hoje o circo está mudando, com os conhecimentos sendo sistematizados e documentados. Antes, afirma ela, os conhecimentos eram transmitidos de forma oral, com igual ou superior valor pelas famílias circenses ou escolas. Hoje estão sendo registrados, o que permite um reconhecimento maior pela sociedade. 

Texto: Eliane Cargnelutti Torres

Fonte: www.toledo.pr.gov.br/noticia/mostra-e-festival-permitem-troca-de-conhecimentos-entre-profissionais-e-alunos

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